True Blood é o tipo de série que ou você ama, ou odeia. Amei a primeira temporada, mas depois o negócio começou a desandar. Mas como eu não desisto fácil, acompanhei fielmente até a última temporada, a sétima, que teve seu último episódio exibido dia 21 de agosto. E para a minha surpresa, apesar da decadência, True Blood me proporcionou uma baita reflexão em seu episódio final.
Pra dar sequência ao texto, preciso revelar o acontecido, o que pode não ser muito agradável para quem ainda não o viu. Advertências a parte, Sookie e Bill não ficam juntos no final! Para quem não acompanha, eu simplifico. Bill, o vampiro, foi o primeiro amor de Sookie, desde a primeira temporada. Entre idas e vidas, eu tinha CERTEZA que eles iriam ficar juntos no final. Afinal, não é assim o amor? Não em True Blood. Em True Blood, o amor é como deveria ser: altruísta.
Bill foi infectado por um vírus letal para os vampiros. Era certo, ele ia morrer. E eu, como romântica assumida, não podia aceitar isso. Na minha cabeça, o mocinho sempre fica com a mocinha e ponto final! Acabou que descobriram uma cura para o tal vírus e Bill simplesmente recusou. Escolheu morrer. COMO ASSIM ESCOLHEU MORRER? E fiquei martelando isso na cabeça até o próximo episódio. Pra mim, nenhuma explicação seria suficiente. Achei o Bill um idiota, um estúpido egoísta. Como ele podia fazer isso com a Sookie? Depois de tudo, simplesmente deixá-la?
Eis que no episódio final, Bill dá uma bela resposta para os meus pensamentos e eu é que fico me sentindo a idiota estúpida. Sookie sempre quis ser mãe, gerar seus próprios filhos e ter uma vida comum. Ela jamais conseguiria isso com Bill. Ele não poderia dar filhos a ela e muito menos uma vida comum. Pra começar, ele era um vampiro e vampiros não tem vidas comuns. Bill percebeu que por mais que amasse Sookie, ela era humana (metade fada, mas isso não vem ao caso) e humanos tem necessidades totalmente diferentes. Ela o amava, muito! Mas ao seu lado, jamais seria completa.
E essa foi uma das maiores justificativas de verdadeiro amor que já vi em séries de TV. Não foi um final perfeito, (na minha expectativa romântica) mas foi o final de amor mais altruísta que já vi. Te amo, mas te deixo ir. Te amo, mas sei que minha existência jamais será capaz de te completar como você precisa. Te amo, mas abro mão de você porque sei que você pode ser mais sem mim.
Claro que não é fácil aceitar isso quando se está na pele de Sookie. Mas pense bem, abrir mão dos seus desejos, do seu egoísmo, das suas limitações e vontades individuais não é a mais pura prova de amor? Permitir que o outro seja feliz, mesmo que longe de você, é sim, amor verdadeiro. Não é fácil. Amar verdadeiramente nunca é fácil. Mas amar, em seu sentido mais verdadeiro, é fazer mais pelo outro do que você mesmo. Ver além das possibilidades calculadas. Saber aceitar e saber quando é a hora de partir.
Bill, você fez com que eu te odiasse por alguns instantes, mas além disso, me fez ver que amor é muito mais do que o felizes para sempre das histórias comuns.